Rene Descartes, Voltaire, Jean-Paul Sartre, Michael Foucault, Albert Camus, Jean Jaques Rousseau, dentre outros, são nomes de personalidades distintas que em vida e ainda hoje, por meio de suas obras, mantiveram e mantém algo em comum, o anseio em falar da liberdade e vivê-la. Interpretando-a de diversas maneiras, esses pensadores tornaram-se expressões comprovadas de um povo que não mede esforços para usufruir de um dos direitos mais aspirados pelo ser humano: o Direito de ser livre. Pois, como pensa Foucault, a afirmação do sujeito livre se opõe a todos os tipos de dominação e violência (Foucault, Michael. Microfísica do poder, 1986). Assim sendo, compreende-se que as manifestações pacíficas nas ruas de Paris nos últimos dias, como reação após o "ataque ao Charlie Hebdo", nos trazem evidências de que esse Direito não pode se confundir com utopias, mas que deve ser vivenciado cotidianamente, pois, se isso se torna difícil, deve-se, então lutar para que o mesmo se torne acessível. Nessas manifestações algo me chamou atenção, o fato de estarem juntos, novamente, dois dos ideais que pareciam ter sido esquecidos pelos franceses e por àqueles que se dizem defensores dos direitos humanos, trata-se dos princípios de "igualdade e fraternidade", que estão intrinsecamente ligados ao da "liberdade". Deste modo, percebe-se o "engajamento" deste povo para manter seus ideais vivos, pois a realidade atual da França talvez tenha lá a influência dada pela "amnésia" dos dois lemas que acompanharam o processo de democratização da mesma. Hoje falta a igualdade entre os franceses o que impossibilita a fraternidade entre eles. Para nós, meros Latinos americanos, devemos aprender que uma sociedade só se democratiza de fato, quando esses três pilares, fundamentais de uma revolução, são entendidos como de Direitos e deveres. Do contrário, a liberdade se torna ineficiente com a realidade de desemprego, corrupção e falta de ética e compromisso social.
Tasselo Brelaz
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